Gothamitas [011] - A Alternativa

Você conhece os heróis... Você conhece os vilões... Você conhece os policiais... Chegou a hora de conhecer Gotham City pelo olhar de seus verdadeiros habitantes: os GOTHAMITAS!!!


O sol está se pondo e a noite se aproxima. Daqui a pouco será quase impossível andar de carro no centro da cidade, pois todos estarão a caminho de casa para reencontrar a família, tomar um banho relaxante, jantar e descansar. Aliás, nem todos.

Enquanto a maioria dos Gothamitas descansa, eu trabalho. Sou funcionária do Pingu... Ops!... do Sr. Oswald Cobblepot no Clube Iceberg, aonde trabalho como garçonete das 19hs até a hora em que o último cliente, na maioria das vezes bêbado, vai embora.

O trabalho até pode parecer perigoso devido à natureza das pessoas que freqüentam esse lugar, mas não é tão ruim assim. O Sr. Cobblepot nos dá, além do salário gordo, proteção contra qualquer coisa que possa acontecer com a gente aqui. Somos várias e, desde que eu entrei no Iceberg, nunca aconteceu de eu presenciar alguma coisa de mais grave com uma das garçonetes.

De vez em quando acontece de um ou outro engraçadinho querer um “algo a mais” com uma de nós, e algumas até aceitam, mas eu não sou dessas. O dinheiro é grande, mas não vale o risco. Da forma mais honesta possível, o meu objetivo é acumular a maior quantia possível de grana para pagar a minha faculdade de enfermagem e depois encontrar um hospital ou clínica onde eu possa trabalhar para ajudar as pessoas de alguma maneira. Falta pouco.

Não serei hipócrita ao ponto de dizer que nunca pensei na possibilidade de apelar para essa “alternativa”, pois eu ganharia numa noite o que eu ganho em um mês de gorjetas aqui no Clube, mas não sei se conseguiria fazer uma coisa dessas.

Hoje é sexta-feira e o Iceberg estará lotado! É a minha chance de tentar ganhar um bom dinheiro com as gorjetas dos bacanas de Gotham City! Nada de pensar na “alternativa”...

Por volta de umas 23h30 um homem de, aparentemente, uns 35 anos, muito bem vestido entra e se senta em uma mesa do canto do salão. Prontamente vou atendê-lo.

"Boa Noite Senhor. posso ajudá-lo?"

"Claro que pode. Pra começar, uma dose do seu melhor whisky, por favor."

Trago o whisky e não posso deixar de notar que ele gostou de mim. Porém, o problema não é esse. O problema é que eu também gostei dele.

A noite segue e, entre um cliente e outro, sempre volto os meus olhares para o homem-da-gravata-cinza-que-pediu-o-whisky e ele sempre está me olhando e com um sorriso retribui o meu olhar.

Aproximadamente umas 2hs ele se levanta, caminha na minha direção e diz que quer me encontrar fora do clube e, sem mencionar a palavra dinheiro, diz que “será muito bom para ambas as partes”. A “alternativa” volta à minha mente...

Como fazer algo deste tipo sem me sentir suja? Certamente que ele é um homem interessante, mas isso não muda o fato de eu receber “algo” em troca de me “doar” pra ele...

Entretanto, falta tão pouco pra eu alcançar meu objetivo e ele é muito bonito. Não é nenhum velho-babão... Vou aceitar...

Assim que passo pela porta dos fundos do Iceberg, vejo que ele está me esperando encostado junto à parede lateral e fumando um cigarro. Me aproximo e ele pergunta o meu nome.

"Nada de nomes. Será melhor assim."

Viro por um minuto para pegar um cigarro na minha bolsa e sinto uma pancada na cabeça.

Escuro.

Acordo no hospital e descubro que fui estuprada, roubada e estou cheia de hematomas, arranhões e mordidas.

Em meio às lágrimas de dor e arrependimento penso em tudo o que aconteceu naquela noite. A ilusão de um “dinheiro fácil”... O pior é que eu escolhi sair e tentar adiantar um processo que já estava quase terminado.

Eu tinha outra alternativa...



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