Gothamitas [013] - Heróis

Você conhece os heróis... Você conhece os vilões... Você conhece os policiais... Chegou a hora de conhecer Gotham City pelo olhar de seus verdadeiros habitantes: os GOTHAMITAS!!!


“Atenção! Atenção! Chamando todos os carros! Chamando todos os carros! Assalto ocorrendo no Banco Nacional de Gotham! Reféns em poder de assaltantes armados!”

Meu parceiro liga a sirene e partimos a toda em direção ao Banco. Infelizmente estamos do outro lado da cidade e vamos demorar mais do que gostaríamos para nos aproximarmos da ação. Provavelmente quando conseguirmos chegar ao local, o problema já terá sido resolvido. Contudo, ordens são ordens.

Isso que eu nem estou contando com a já quase óbvia interrupção do nosso trabalho por parte do Batman ou de algum dos seus amiguinhos fantasiados que se autodenominam “heróis salvadores da pátria”. Mas quem deu essa autoridade pra eles? Bom mesmo era o tempo onde a polícia fazia o trabalho dela sem se sentir menosprezado pela população. Afinal de contas, se eles têm os heróis pra que precisam de nós?

Tudo isso é culpa de James Gordon. Quando ele ainda era apenas um Tenente e o Comissário de Polícia era Gillian B. Loeb não existia esse “protecionismo” por parte da polícia para com os fantasiados. Eles eram caçados como vigilantes foras-da-lei e isso era o certo a se fazer. Hoje não! Desde que Gordon tornou-se Comissário, parece que todo o trabalho da polícia é acender aquele maldito Bat-Sinal no topo do prédio da Central e deixar o resto por conta deles.

Agora eu me pergunto: como a população vai respeitar uma polícia que, por natureza, tem um alto grau de corrupção e que ainda por cima deixa outras pessoas fazerem o trabalho que é obrigação dela?

Acredito que 90% dos problemas com roubos, assaltos, assassinatos, latrocínios e seqüestros que ocorrem em Gotham City seriam resolvidos se não existissem esses pseudo-heróis, pois sem eles não haveriam os super-vilões e tanto os cidadãos comuns quanto os “bandidos normais” respeitariam muito mais os policiais e pensariam duas vezes antes de fazer qualquer coisa.

Pensem nisso.

Obviamente, os corruptos se beneficiam dessa moleza e não se esforçam nem um pouco para mudar essa situação, mas nós os policiais honestos e trabalhadores desta cidade acabamos “pagando o pato” e sofremos todo o tipo de discriminação (vejam só vocês!) e falta de credibilidade por parte dos Gothamitas.

Até quando ficaremos jogados às baratas desse jeito? Não foi pra isso que entrei para a polícia. Seria fácil demais ficar sentado com as pernas pra cima, comendo rosquinhas, engordando e me tornando um dos maiores clichês de todos, mas não é isso que eu quero. Entrei para a polícia para ajudar as pessoas e tentar fazer com que Gotham City se torne um lugar melhor para se viver, deixando de ser essa cidade suja e corrupta que ela sempre foi.

Conseguimos, finalmente, nos aproximar do Banco e ele está cercado de viaturas e policiais apontando suas armas para a entrada principal. Uma das paredes laterais não existe mais. O Comissário Gordon negocia com os assaltantes, porém sem obter êxito. O que ele está esperando pra enviar a Tropa de Choque?

Ah, já sei...

Mais rápido do que eu pudesse concluir o pensamento os reféns, entre clientes e funcionários do banco, começam a sair correndo pela porta gritando “Ele conseguiu! Ele conseguiu!”. Não preciso dizer de quem eles estão falando.

Em mais uma ocasião o mascarado consegue solucionar um problema que não cabia a ele resolver.

A dúvida que paira sobre a minha cabeça, e, penso eu, sobre a cabeça de muitas outras pessoas é a seguinte: será que o Gordon realmente estava esperando “alguém” aparecer arriscando a vida dos inocentes que lá estavam?

Essa é uma pergunta que, infelizmente, ninguém pode responder.

Frustração. Esta é a palavra que define o meu sentimento neste momento.

Assim como em inúmeras outras vezes que se foram e que ainda virão, os heróis (ou neste caso o herói) salvaram o dia e, mais uma vez, estes heróis não fomos nós.



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