Gothamitas [040] - 75 Anos

Você conhece os heróis... Você conhece os vilões... Você conhece os policiais... Chegou a hora de conhecer Gotham City pelo olhar de seus verdadeiros habitantes: os GOTHAMITAS!!!


Nasci em Gotham City em maio de 1939...

Lembro-me de ouvir minha mãe dizer que o mundo era completamente diferente naquele tempo: as pessoas se vestiam de forma mais elegante, a tecnologia era quase inexistente e a forma de diversão mais comum entre as pessoas eram o Cinema e as Revistas de Detetive. 

Minha infância, entre os Anos 40 e começo dos Anos 50, foi difícil, pois eu era uma criança muito popular e, além de me destacar das demais crianças da minha idade, também conquistava os adultos ao meu redor. Minha inteligência, destreza, habilidades e rapidez de raciocínio certamente eram os meus fortes. 

Tinha alguns amigos como Bob e Bill, mas meu amigo mais próximo era o Richard... Não me lembro quando e nem porque, mas em algum momento passei a chamá-lo de Dick. Provavelmente por ser mais fácil... Já os adultos o chamavam de Prodígio... Até hoje penso e tento entender que tipo de apelido é esse... 

Com o passar dos anos, a nossa amizade se fortaleceu além das expectativas e ele passou a ser tão popular quanto eu! Olhem só vocês! Contudo, esta amizade e popularidade começaram a causar inveja em algumas pessoas... 

Por volta da metade pro final dos Anos 50, quando eu já estava com uns 15 anos, fomos acusados de ser mais do que apenas amigos... Insinuaram que nós éramos homossexuais... 

Nos tornamos maus exemplos para os outros jovens e crianças... 

Diziam que nós “seduziríamos os inocentes”... 

Não, nós não éramos homossexuais. E se fôssemos, qual seria o problema? O que as outras pessoas teriam a ver com isso? Sim, essa condição era bem menos aceita naquela época do que é hoje, mas mesmo assim eu insisto: Qual seria o problema? 

Superamos estas desconfianças e continuamos a nossa amizade sem maiores problemas. 

A década de 60 foi a época da psicodelia! Um monte de gente com roupas coladas e extremamente coloridas e frases-de-efeito bizarras. Isso sem contar os cumprimentos acompanhados de sons vocais parecidos com “Pofs”, “Socs” ou “Zoinks”... Eles se autodenominavam como “Camp: os amantes do ridículo e do bizarro”! Que época! 

Pelo que eu me lembro, os maiores representantes deste movimento em Gotham City foram uns caras chamados Adam e Burt... Infelizmente não me recordo dos sobrenomes deles, mas fico imaginando o que será que eles fazem hoje? Será que eles ainda têm aquele enorme carro preto com detalhes em vermelho? 

Até eu entrei neste estilo... Entre 66 e 68 fiz parte desta bizarrice toda... 

Foi bom enquanto durou... 

Já nos Anos 70, como eu estava na casa dos 30 anos, resolvi adotar um estilo mais sóbrio, não tão colorido. Decidi, finalmente, deixar a casa dos meus pais (já falecidos na época) e me mudar para um apartamento próximo ao Centro. 

Como Dick estava cursando faculdade em outra cidade, acabamos nos afastando um pouco e eu conheci algumas pessoas bacanas neste período. Neal e Denny com certeza foram os que eu mais gostei de conhecer! Devo muito a esses caras, pois foi com eles que eu aprendi muitas coisas que guiam o meu comportamento até hoje! Grandes pessoas! 

Entretanto, com o aumento da violência e o crescente número de assaltos e furtos na região central de Gotham, decidi voltar para a casa que era dos meus pais no início dos Anos 80. 

Conheci novos vizinhos que se tornaram excelentes amigos: Alan, que contava algumas piadas que eram de matar de rir, e Frank, um cara dark que tinha ótimas histórias, que adorava falar usar a palavra “Trevas” e tinha a estranha mania de me chamar de Cavaleiro. 

Outro cara que adorei conhecer foi o Burton! Tinha um jeito meio gótico, gostava de coisas escuras e bizarras, mas mesmo assim uma excelente pessoa. Nunca me esquecerei do presente que ele me deu no meu aniversário de 50 anos, em 1989: um filme estranho e tão gótico quanto ele, onde eu praticamente me enxerguei no papel do personagem principal. Era incrível a semelhança! 

Boas lembranças! 

Nos Anos 90, tive um problema grave de coluna e fiquei um bom tempo me locomovendo com uma cadeira de rodas. Como tinha muito tempo livre, passava horas assistindo a desenhos animados na TV. Tinha um muito bom, ao qual eu não me lembro muito bem o nome, mas que era desenhado por um artista chamado Bruce... Acho que era Bruce, não tenho certeza... Me lembro também de um especial, em 13 capítulos, apresentado pela dupla Jeph e Tim falando sobre o Dia das Bruxas... Muito bom!

Tive uma recaída para o movimento “Camp” graças a uma má influência que atendia pelo nome de Joel, surgido na minha vida não sei como. Ainda bem que me recuperei a tempo de ver o quão ridículo eu estava me tornando. 

No começo dos Anos 2000, durante uma fase zen, conheci um coreano chamado Jim e ele me ensinou o sucesso do Silêncio. 

Decidi que era hora de me renovar e resolvi fazer um reboot da minha própria vida. Precisava me adaptar a este novo mundo. Pra isso, contratei um conselheiro: o Sr. Nolan, um especialista em comportamento que entendia muito sobre coisas relacionadas à mente (amnésia e insônia, por exemplo) e que gostava de brincar com as obsessões das pessoas. 

Conheci as pessoas com quem ele trabalhava e me tornei muito íntimo delas: Christian, Michael, Morgan, Maggie, Aaron, Tom, Marion, Anne e, principalmente, Heath. 

Heath era um cara jovem, talentoso e completamente insano! Sempre me lembro da sua risada... Infelizmente, ele sofreu um acidente e acabou falecendo de uma forma estúpida. 

Triste... Vida que segue... 

O Sr. Nolan me ajudou muito e eu voltei a ser uma pessoa popular! Literalmente eu ressurgi das cinzas... O Cavaleiro ressurgiu! Rs... 

Obrigado Sr. Nolan, muito obrigado por tudo! 

Atualmente, Gotham City vive momentos estranhos: o Asilo Arkham já não é suficiente e existe um projeto para transformá-lo numa Cidade! Imaginem só a quantidade de malucos que devem ficar por lá... Não consigo nem pensar na loucura que deve ser isto... 

Tento não pensar nessas coisas... 

A boa notícia é que em 2014, completo 75 Anos e nunca estive tão atual quanto hoje! 

75 Anos... Quem diria... 

Uma boa vida... 

Cheia de altos e baixos como a de todo mundo, mas uma boa vida! 

Uma vida regada a idas frequentes ao cinema, leitura de revistas, livros e histórias em quadrinhos e, atualmente, tentativas com sucesso de avanço no mundo dos videogames! 

Logo mais devo ir ao cinema de novo... 

Soube de um filme muito bom que deve estrear logo sobre dois amigos extremamente poderosos que se enfrentarão... Uma espécie de Versus...

Tomara que seja bom!



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