Entrevista ao Collider: Christian Bale

O site gringo Collider entrevistou o elenco principal de Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge e abaixo segue a entrevista completa com o ator Christian Bale.

Collider: Como é filmar em IMAX?
Bale: Tive uma experiência no último filme (TDK) e quando fizemos O Grande Truque, Chris (Nolan) estava experimentando naquela ocasião. Um pouco das coisas com o irmão gêmeo e coisas do tipo (cenas do filme O Grande Truque), nós a usamos. Tem bastante barulho com essas câmeras, e você sabe que terá que dublar quando as câmeras saírem, mas as cenas terão um visual muito bom. Ficou excelente n'O Cavaleiro das Trevas. Lembro de me sentar na premiére e as pessoas estavam com aquele ar de 'Oooh!'. É uma máquina muito bacana.

Collider: Você pode nos contar qual o percentual de uso dela (câmera IMAX) no filme?
Bale: Não tenho idéia. Pergunte a ele (Nolan) sobre isso. Não sou um ator que se importa com isso. Não fico perguntando 'Esse é um close-up? Essa é uma principal? Essa é uma wide? O que está fazendo?'. Se eu olho pra cima e vejo a câmera penso 'Oh, hoje é uma grande, deve ser uma IMAX'. É assim pra mim porque isso não afeta o que eu faço.

Collider: Existe muita expectativa sobre o filme. Houveram dúvidas sobre fazer mais um com Chris Nolan?
Bale: Sei que aconteceria comigo porque eu assinei pra fazer o filme. Não tinha escolha, eu seria processado e estaria na rua sem dinheiro se não tivesse feito. Chris (Nolan), até onde eu entendi, podia escolher não fazer, mas nós sempre conversamos sobre uma trilogia e ele gostou do desafio pois várias falham no terceiro filme. Existem as excessões, mas na maioria das vezes esse é um pra ser jogado fora. Acho que ele realmente gostou desse desafio.

Collider: Sentirá falta de interpretar o Batman?
Bale: Claro que vou. Definitivamente.

Collider: Sentirá falta de usar o uniforme?
Bale: Mesmo com todo o desconforto, o calor, o suor, as dores de cabeça e tudo o mais, quando você senta e assiste ao filme no fim do dia, você pensa 'Bom, isso é legal pra cassete'. Sentirei falta disso.

Collider: Pode nos contar sobre o relacionamento de Bruce com Selina no filme? Vimos fotos deles de mãos dadas.
Bale: Viu? Você acha que viu? Aaah, talvez algumas pessoas estão vendo coisas e elas não sabem o que estão vendo? É interessante ver e ouvir as pessoas pensando sobre o que estamos fazendo. Você olha e pensa 'Não é isso que estamos fazendo. Deixe as pessoas pensarem que é isso'.

Collider: Ele está muito apaixonado por ela?
Bale: Vejo Chris (Nolan) sentado nesse ombro aqui e Emma Thomas (produtora) sentada nesse aqui e quando você perguntou foi como 'Não diga nada! Você não tem permissão para responder essa'. Acho que essa só quando você assistir ao filme.

Collider: Seu cabelo está maior nesse filme do que nos outros. Há algum significado nisso?
Bale: Um pouco. Mas sempre temos que mexer em alguma coisa... Mas em todos os filmes que fizemos do Batman sempre tivemos que estar aptos a adaptar coisas à diferentes visões. Então quanto mais você trabalha nisso, mais você pode fazer. Estou fazendo um bom trabalho? Estou respondendo às perguntas mas não vou te dar nada (de informações).

Collider: Você fez uma trilogia com Chris Nolan e esse sendo o último te dá a liberdade para criar algo para o personagem?
Bale: Eu não tenho idéia do que as pessoas vão pensar sobre o filme. Acho ótimo ter uma pessoa como o Chris que consegue visualizar isso. Pra gente, no set ele representa o público. As pessoas pensam 'O que é isso? Por que entramos tanto no seu lado psicológico?'. Ele é um cara fascinante e só precisa me dizer quando fica chato e o que ele não quer que eu faça. É ótimo ter alguem assim no comando. Ele é extremamente confiante. Várias vezes quando eu dizia pra ele 'Tem certeza que não quer que eu varie um pouco? Se quiser posso te dar três ou quatro alternativas de como interpreta-lo'. E ele diz 'Não, eu sei o que quero'. É o tipo de coisa que você precisa, ele é muito firme nas suas idéias. Honestamente, existem muitas histórias que podem ser contadas com o Batman. Gosto da idéia de mostrar ele envelhecendo e não poder mais fazer as coisas como fazia antes. Mas penso que você tem sair quando as coisas estão boas. Essa é a hora certa.

Collider: Ficou feliz em ver como a história termina nesse filme?
Bale: Sim, muito.

Collider: No terceiro filme o Batman continuará afetado pela morte dos pais? Ou ele aceitou a enorme responsabilidade por Gotham e não se senta mais afetado por isso?
Bale: Pra mim, tem tudo. Está tudo lá. A coisa é que, basicamente, ele ainda é aquela criança. A única coisa que eu sei é que brincamos um pouco com isso, essa noção dele ser um playboy e fazer várias coisas porém sem o usar o coração. E o eterno problema do Alfred que vê esse cara que não tem vida. Ele colocou sua vida toda em pausa porque, sim, ele continua assim. Ele tem essa ferocidade na cabeça e nas emoções que não deixa ele esquecer a dor pelos seus pais. Na maioria das pessoas o tempo cura tudo, mas com ele é 'Não, não, não'. Ele não quer esquecer, quer manter essa raiva que sente com a injustiça mas ao mesmo tempo ele quer manter presente para Gotham essa persona desalmada esperando que ninguém suspeite dele, somente pensando que ele é um idiota. Consequentemente, nos seus momentos mais íntimos ele tem o Alfred, tem a Rachel. E o reconhecimento de que em algum momento ele vai começar a viver. Ele é seriamente recluso em relação à vida e aproveita-la. Tudo foi sacrificado em algum momento, mas existe a esperança do Alfred de que ele viva novamente.

Collider: Quanto tempo passou entre os filmes e algo do filme anterior reflete neste novo?
Bale: Há várias novas descobertas, verdades surgindo e toda a questão da coisa certa a fazer. Continuar com as mentiras e deixar o povo se sentindo bem ou contar a verdade e destruir a vida deles? Então sim, voltamos aos problemas de Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas.

Collider: Quanto tempo passou?
Bale: Posso dizer que anos. Não sei se Chris quer que eu diga exatamente quanto tempo, mas não é no ano seguinte. Ele (Batman) está bem mudado.

Collider: Conte um pouco sobre trabalhar com Marion Cotillard e Tom Hardy.
Bale: É um bom elenco. Já tinha trabalhado um pouco com a Marion no Inimigos Públicos e ela é uma atriz maravilhosa e versátil. Então foi ótimo trabalhar com ela. Com a Anne (Hathaway), acho que ela fez algo totalmente diferente do que as pessoas já viram ela fazer antes. Tom é realmente um ator fascinante. Vem criando personagens maravilhosos na sua carreira. Ele vem trabalhar todos os dias muito satisfeito. Estou muito impressionado com ele. Estou muito impressionado com todo o elenco deste filme.

Collider: Surgiram várias fotos suas lutando com o Bane na internet. Você viu?
Bale: Vi.

Collider: Você pode nos contar sobra a construção das cenas de luta com o Tom?
Bale: Tivemos dublês fantásticos. Buster Reeves, que esteve conosco desde o primeiro, e Tom Struthers. Eles trabalham com o que gostariam de ver nas lutas e Tom e eu entramos e trazemos a história para essas lutas. Uma luta é somente um nocaute, todo mundo se bate, deixa de ser emocionante depois de um tempo. Você tem que achar um modo de contar a história sem as lutas. Também pode ter vários lutadores treinados que podem lutar rapida e furiosamente, mas eu não sei vocês, mas as vezes quando assistimos o UFC você pensa 'Não sei o que está acontecendo'. Parece uma bagunça com sangue. As vezes você tem que olhar, assim como eu, como uma pessoa que não treina e entender o que está acontecendo. Essa é a enorme diferença quando trabalhamos com dublês fantásticos que chegam e fazem o seu trabalho e quando, Tom e eu, entramos e 'tudo bem, entendi, mas isso é o que estou pensando aqui, então tenho que fazer dessa forma'. Ver uma luta com começo, meio e fim é algo maravilhoso, deixa ela muito mais legal de se ver e diz muito mais do que mostrar um monter de artes marciais.



Podemos esperar muita porradaria entre Batman e Bane, porém com um porque: não apenas socar por socar, sacou?!

#SeráÉpico

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